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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O Fisioterapeuta como ser pensante e protagonista do mundo

Faz algum tempo, postei no Blog dois textos a propósito do Fisioterapeuta, no sentido literal, conforme o significado das palavras, de 'ter ou estar em certa condição ou situação, permanente ou temporária'; foi assim em 2010 sob o título A Responsabilidade Social do Fisioterapeuta e em 2013 com a reflexão filosófico-existencial Ser Fisioterapeuta.
  
Volto outra vez ao Fisioterapeuta  -  a cuja categoria pertenço -, para buscar entender o papel desse profissional por meio do traço distintivo do homem: "Ser-em-situação, imerso em um mar de interesses, preocupações, impulsos, paixões e afetos, mas sempre aberto para tornar-se algo novo" (Heidegger).

Como comporta-se esse sujeito pensante, protagonista do mundo, por exemplo, diante da ameaça ao exercício profissional frente ao Projeto de Lei 7647/2010, pelo risco de que seja criada uma “terceira profissão” entre a Terapia Ocupacional e a Fisioterapia? Ou, para ajudar os colegas latino-americanos, diante da atual tensão na fronteira da Colômbia com a Venezuela? Ou ainda, na questão humanitária dos refugiados que buscam abrigo na Europa, ou dos haitianos migrantes para o Brasil? Para não falar da 'Crise Política' em processo no Brasil, de consequências imprevisíveis, quanto ao risco de retrocesso no que diz respeito aos direitos individuais e coletivos, e para a própria Democracia.

Os itens assinalados têm conotação de natureza essencialmente política, que para os Sofistas seria "A arte de administrar assuntos públicos e privados" e para Platão, "A arte de construir uma sociedade sobre a justiça e o bem". Por princípio, e por ser de índole democrática, compartilho o pensamento de Platão. Desse modo, navegando pelas redes sociais, verificamos a existência de páginas, blogs e assemelhados, onde Fisioterapeutas e estudantes da área divulgam exclusivamente textos, fotos e vídeos referentes a métodos e técnicas fisioterapêuticas; quando muito, alguns preocupam-se em abordar eventos festivos ou pequenas dificuldades enfrentadas no dia a dia das clínicas, centros de saúde e hospitais. Somos todos, ou quase todos, cientistas de uma só ciência, parecendo que o mundo ao redor não existe. Respiramos, comemos, trabalhamos, dormimos e acordamos no Planeta Fisioterapia.

A responsabilidade social aos nossos cuidados, fica restrita ao binômio Terapeuta x Paciente, e, no máximo, aos nossos pares. Lá fora, como pretendia Shopenhauer, o mundo não é somente "mera representação, pura aparência". Lá fora, a violência da guerra, a fome na África subsaariana, o sofrimento de velhos, mulheres e crianças é real.

Fisioterapeutas que somos - seres pensantes, protagonistas do mundo - precisamos sair do casulo, da 'zona de conforto', e nos tornarmos, no sentido heideggeriano, 'abertos para nos tornarmos algo novo'. É hora de partirmos para a luta; na defesa dos interesses coletivos, distantes do individualismo.



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